por: Osmar Ludovico
do livro "Meditativo"
A RELIGIÃO DE MERCADO fez da igreja uma prestadora de serviços religiosos, e do membro, um consumidor exigente. Alguma coisa lhe desagrada e pronto: ele muda de igreja. Há um constante vai-vém no rol de membros, e as transferências geralmente são em maior número do que as conversões. Fidelidade à igreja local e permanência por longo tempo são cada vez mais raras.
Com isso, ocorre um fenômeno cada vez mais frequente: irmãos e irmãs em Cristo convertidos, sinceros, com uma história de envolvimento e serviço, estão fora da igreja institucional. Às vezes, só frequentando um grupo de comunhão ou de interesse durante a semana; outras, visitando ocasionalmente difrentes igrejas aos domingos. São os sem-igrejas.
Há um grande contingente de pessoas feridas por abuso espiritual, divisões iradas, escândalos e um cansaço crônico diante da mesmice e da superficialidade de muitas igrejas. São pessoas que querem continuar no caminho do discipulado cristão, mas sem compromisso com a igreja local.
Caso você se encaixe nesse perfil, permita-me convidá-lo a olhar com mais tolerância e ter uma atitude perdoadora. A Igreja de Jesus Cristo é um hospital de pecadores, não uma galeria de santos. A expectativa que temos em relação à igreja é tão elevada que não suportamos suas fraquezas.
Isso nos torna intolerantes, pois nossas exigências são tão elevadas, que tudo que não se encaixa é rejeitado. Quanto mais dificuldade temos para lidar com as fraquezas pessoais, mais difícil será lidar com as fraquezas da comunidade. Projetamos na igreja nossa sombra não assumida.
O grande perigo é a sutileza de nosso orgulho, que devagar nos leva à pretensão de que não existe nenhuma igreja suficientemente boa para nós. Permanecer nela é um exercício de humildade, abnegação e serviço. Perseverar na comunidade é continuar crendo que Jesus Cristo é o Senhor de seu povo.
Na igreja de Corinto havia luta pelo poder, divisões, impureza sexual, problemas de família, sincretismo, interpretações e práticas errôneas acerca da ceia, dos dons espirituais, da teologia da ressureição etc. No entanto, Paulo, cheio da bondade e paciência do Senhor, escreveu àquela igreja: “O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura” (2Co 11:2)
Gostaria também de me dirigir a você que permanece na igreja. Diante desse êxodo, fazemos de conta que nada está acontecendo. No entanto, se olharmos para nosso círculo de relacionamento cristão, constataremos que pessoas que conhecemos estão afastadas.
Olhamos para a porta de entrada da igreja e nos alegramos por tantos que estão chegando, mas não percebemos que outros tantos estão saindo pelos fundos. Não estamos preocupados com as pessoas, sua permanência, sua fidelidade, sua amizade, seu compromisso, mas com programas, orçamentos, eventos, construções, etc.
O grande desafio da igreja é criar um contexto de intensa vida comunitária no qual haja um sentido de pertencimento e acolhimento para que os vínculos de amizade se desenvolvam. A qualidade da comunhão é fundamental na experiência eclesial.
O compromisso de permanecer, apesar de nossas divergências, e caminhar humildemente com o outro, o diferente, gera em nós fidelidade, virtude essencial para a vida cristã, ensinando que os conflitos sempre podem ser resolvidos sob a perspectiva do perdão e da restauração.
É preciso, portanto, evitar a possibildade de que, no futuro, as igrejas gerem um contingente enorme de pessoas não somente egressas da comunidade evangélica, mas também antagônicas e resentidas.
do livro "Meditativo"
A RELIGIÃO DE MERCADO fez da igreja uma prestadora de serviços religiosos, e do membro, um consumidor exigente. Alguma coisa lhe desagrada e pronto: ele muda de igreja. Há um constante vai-vém no rol de membros, e as transferências geralmente são em maior número do que as conversões. Fidelidade à igreja local e permanência por longo tempo são cada vez mais raras.
Com isso, ocorre um fenômeno cada vez mais frequente: irmãos e irmãs em Cristo convertidos, sinceros, com uma história de envolvimento e serviço, estão fora da igreja institucional. Às vezes, só frequentando um grupo de comunhão ou de interesse durante a semana; outras, visitando ocasionalmente difrentes igrejas aos domingos. São os sem-igrejas.
Há um grande contingente de pessoas feridas por abuso espiritual, divisões iradas, escândalos e um cansaço crônico diante da mesmice e da superficialidade de muitas igrejas. São pessoas que querem continuar no caminho do discipulado cristão, mas sem compromisso com a igreja local.
Caso você se encaixe nesse perfil, permita-me convidá-lo a olhar com mais tolerância e ter uma atitude perdoadora. A Igreja de Jesus Cristo é um hospital de pecadores, não uma galeria de santos. A expectativa que temos em relação à igreja é tão elevada que não suportamos suas fraquezas.
Isso nos torna intolerantes, pois nossas exigências são tão elevadas, que tudo que não se encaixa é rejeitado. Quanto mais dificuldade temos para lidar com as fraquezas pessoais, mais difícil será lidar com as fraquezas da comunidade. Projetamos na igreja nossa sombra não assumida.
O grande perigo é a sutileza de nosso orgulho, que devagar nos leva à pretensão de que não existe nenhuma igreja suficientemente boa para nós. Permanecer nela é um exercício de humildade, abnegação e serviço. Perseverar na comunidade é continuar crendo que Jesus Cristo é o Senhor de seu povo.
Na igreja de Corinto havia luta pelo poder, divisões, impureza sexual, problemas de família, sincretismo, interpretações e práticas errôneas acerca da ceia, dos dons espirituais, da teologia da ressureição etc. No entanto, Paulo, cheio da bondade e paciência do Senhor, escreveu àquela igreja: “O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura” (2Co 11:2)
Gostaria também de me dirigir a você que permanece na igreja. Diante desse êxodo, fazemos de conta que nada está acontecendo. No entanto, se olharmos para nosso círculo de relacionamento cristão, constataremos que pessoas que conhecemos estão afastadas.
Olhamos para a porta de entrada da igreja e nos alegramos por tantos que estão chegando, mas não percebemos que outros tantos estão saindo pelos fundos. Não estamos preocupados com as pessoas, sua permanência, sua fidelidade, sua amizade, seu compromisso, mas com programas, orçamentos, eventos, construções, etc.
O grande desafio da igreja é criar um contexto de intensa vida comunitária no qual haja um sentido de pertencimento e acolhimento para que os vínculos de amizade se desenvolvam. A qualidade da comunhão é fundamental na experiência eclesial.
O compromisso de permanecer, apesar de nossas divergências, e caminhar humildemente com o outro, o diferente, gera em nós fidelidade, virtude essencial para a vida cristã, ensinando que os conflitos sempre podem ser resolvidos sob a perspectiva do perdão e da restauração.
É preciso, portanto, evitar a possibildade de que, no futuro, as igrejas gerem um contingente enorme de pessoas não somente egressas da comunidade evangélica, mas também antagônicas e resentidas.
Um comentário:
Pensamento perfeito sobre as igrejas locais, principalmente as tradicionais que perdem seus membros para novas denominações que por serem mais novas tem um apelo ou promessa de que lá essas coisas, (diferenças)não acontecem...
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