quarta-feira, 17 de setembro de 2014

PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FÉ.

por: Ana Maria Ribas Bernardelli



" Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam e a convicção
 de fatos que se não vêem".” 
Hebreus 11:1.

O versículo que estronda o enunciado da fé é perfeito em realidade de fé, porque divide a fé em dois segmentos: na parte “a” do versículo, “a fé é a certeza das coisas que se esperam”. 

Essa parte é a parte comum a toda a humanidade. Todos os homens têm uma medida de fé que lhes foi concedida pelo próprio Deus, como uma semente guardada para ser usada em momento oportuno. Até mesmo os mais céticos, de repente, se vêem lançando mão da semente, na hora mais escura e necessária. 

Uma vez que a necessitam, e a usam, descobrem que quanto mais a usam, mais ela poderá ser usada. 


A semente de fé é diferente de outras sementes porque ela não se multiplica, e nela não se aplica a lei da semeadura que segue o processo morrer, enterrar, cuidar, florescer, colher, multiplicar e novamente plantar.



Essa é a glória das sementes comuns. A glória da semente de fé que foi concedida a cada homem, sob medida, não se multiplica porque ela pertence individualmente a cada homem. 

Cada um de nós tem a sua sementinha para uso próprio, na hora adequada, que, com a experiência, torna-se um recurso de uso vitalício e permanente, para todas as horas. 

Comparada à semente de mostarda que pode exigir do monte o transplante de lugar, a semente de fé que a humanidade utiliza para uso próprio é ainda menor. Mas é suficiente para nos conceder a certeza das coisas que esperamos, a cada dia. 



O uso cotidiano da semente de fé é, quase sempre, para as nossas miudezas. Usa-se a semente de fé para coisas tão banais quanto a esperança de um emprego, de uma mudança, de um casamento, de um título, de uma sentença favorável, de um benefício qualquer que possa melhorar a vida.



Ninguém precisa que o monte mude de lugar. Basta-nos que o monte fique onde está, e que nós possamos nos mudar de lugar, com todas as nossas tralhas e os nossos tesouros que a morte encerra. 

Para essas banalidades usamos a nossa pequeníssima semente de fé. E também a usamos quando oramos para a cura de uma doença, para a cura de uma nação, para a cura do mundo. 

Será que funciona? Funciona e muito! As nossas reuniões sempre contam com a sessão: “Testemunhos de bênçãos alcançadas pela fé.”



Sim, a fé é a certeza das coisas que se esperam. Quem espera e usa a sua semente de fé, consegue que a sua esperança se transforme em realidade, e esse é o benefício e a recompensa da sua fé.



Mas, esse versículo, felizmente, não tem apenas a parte “a” do enunciado. Há também a parte “b”. E glória a Deus por isso.

A fé também é “a convicção de fatos que se não vêem”. 



Fatos que se não vêem, são mesmo para não serem vistos. Fatos que se não vêem, não levam a lugar algum apenas à convicção de que tais fatos existem, ainda que se não os veja. 

Quando eu tenho convicção de alguma coisa, e essa convicção é por fé, pela semente de fé que me foi concedida quando me tornei uma nova criatura, quando tenho essa convicção, não importa que eu não veja, importa que eu sinta. Glória a Deus milhões de vezes por esse tipo de fé!



Esse tipo de fé é para todos, mas não para muitos. Esse tipo de fé não depende de quem quer. Aliás, poucos querem, porque mal conhecem o significado da segunda parte do enunciado. 

Esse tipo de fé é para os que têm uma missão especial.

Alguns a têm, mas não têm consciência de que a tem como dom divino. Nesse grupo se encaixam os grandes inventores da humanidade, os grandes cientistas, os que transformaram o mundo melhorando a qualidade de vida das pessoas, encurtando distâncias, trazendo conforto, salvando vidas. Pensemos em Tomás Edson, o norte-americano cheio de convicções, que lhe possibilitou inventar a lâmpada elétrica,  o fonógrafo, o indicador automático de cotação de Bolsa de Valores, e outras coisinhas mais. Pensemos em Santos Dumont o brasileiro cheio de convicções de que voar não era apenas para os passarinhos.



Foi por convicção que os grandes fatos da humanidade foram explicados.

Foi por convicção que Moisés morreu sem ter entrado na Terra Prometida. Foi por convicção que Abraão esteve disposto a sacrificar o próprio filho. Foi por convicção que José deu ordem acerca de seus ossos quando o povo de Israel saísse do Egito. 



-Percebem a diferença? 

Quando a fé é a certeza de coisas que se esperam, é fácil ter fé porque existe a recompensa das tais coisas. Mas a convicção de fatos que não se vêem, é mais difícil porque ainda que não se veja, e não se obtenha a visão objetiva, a visão subjetiva é suficiente para que não se perca a convicção.



Pessoas convictas não desanimam ante o desconhecimento e as dificuldades, independente de que as suas convicções se tornem fatos. 



A Bíblia é uma história de certeza de coisas que se esperam, e convicção de fatos que não se vêem. A esperança de fé realiza coisas, a convicção pode não se realizar, e ainda assim, aquele que a possui jamais se perderá.



A convicção morre com o convicto.



Com a fé das coisas que espero, eu celebro a vida. Com a convicção de fatos que não vejo, eu me alimento de certezas e de alegrias íntimas. 

Ninguém me engana quando tenho uma convicção. Da minha convicção não espero nada, porque já tenho o que preciso. 

Eu sei o que sei por convicção, e não preciso ver nada, e saber mais nada, para conservar a minha convicção.

Perdem tempo aqueles que pensam poder abalar a minha convicção porque ela me é um dom de Deus, e “o dom e a vocação de Deus são irrevogáveis”.

Os homens não a podem tirar, os fatos não a podem abalar, as evidências não a podem derrotar, as manobras não a podem frustrar. 

Convicção é certeza que não depende de espera, e nem de recompensa.

A convicção é. E é eterna.


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