sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Eu Chapeuzinho Vermelho

.
Ele sorriu da minha falta de malicía, eu sorri da minha grande preguiça.

Domingo as sete da manhã, remelas nos olhos encarando os primeiros raios de sol. O que te coloca de pé a essa hora ao domingo? Eu levanto cedo assim aos domingos vez ou outra para correr, olha que coisa absurda, não? Mas quem corre entende a loucura.

Nesse sereno matinal de domingo você sai na rua esperando encontrar apenas um gato pulando telhados de volta pra casa, cachorros magros vagantes, e moças de maquiagem borrada voltando após a noitada de sábado.
Nada que se dirija a sua pessoa. E aí está o segredo da invisibilidade, porque de vez em quando ser invisível é tão bom.
Eu sempre gostei da Sheila da Caverna do Dragão com aquela capa de invisibilidade a mão, adoraria ter uma.
Pense que bela fuga que essa não seria? Poe a capa e se torna invisível para o que quizer, até pra você mesmo as vezes. Seria perfeito. Mas não daria pra se esconder de Deus.

Uma vez, sonhei que era a chapeuzinho vermelho, indo levar doces pro meu falecido avô. Eu tinha oito anos quanto tive o sonho. O caminho era divertido, e a casa do velinho era no céu. Já que fazia algum tempo que ele tinha pra lá ido. Bati na porta velha de madeira caindo aos pedaços, abriu-se sozinha.

Meu avô tinha uma cama gigante, aqui na terra ele era tão pequininho, devia ter comido fermento celestial, e a cesta de doces era tão pequenina, nunca o satisfaria. Mas era tudo que eu tinha. Me aproximando percebi meu avô tão estranho.
E disse:- Vô que pés grandes você tem. Que mãos grandes você tem. Que corpo grande também. Do alto da cama gigante, um ser com cara de anjo colocou a cabeça para fora, com um brilho no rosto que se encheu todo o lugar me fitou com tanta ternura.
De baixo pra cima falei sem pensar:
- Que olhos grandes você tem. Mas não você não é meu avô!
Ele respondeu com voz estrondosamente mansa:
-Não minha querida, não sou. Sou seu Pai.
Perguntei:
-Meu pai do céu?
Ele sorriu, tudo ficou tão claro que meus olhos não puderam se abrir e disse:
- Sim, seu Pai do céu. Não preciso dos doces, isso foi apenas um motivo pra trazer você pra mim.

Depois daquele dia, acordei falando que tinha conhecido Deus, e que Ele tinha falado comigo e gostava de mim, e eu não precisava ter nada em especial pra que ele gostasse, nem doces.
Minha mãe impressionada achava lindo, eu contava o sonho pra quem quizesse ouvir.
Isso tudo, porque me lembrei que posso ser invisível pra todos, mas não pra Ele.
Que olhos grandes Ele tem.

Pois bem, a rua era mais uma num domingo de manhã, eu saí para correr e ser enquanto corro invisivel pra mim, não me prendendo a nada, não esperando nada. Passos, vento, minha perseverança vencendo o cansaço e a dor, por esses minutos sou heroina de mim mesmo, a fortaleza de dentro vencendo as fraquezas de dentro e de fora, ultrapassando meus próprios limites, sendo forte.

Mas o desconhecido sorriu da minha inocência, que bailava no sonho de criança com o meu avô. Quando berrou do outro lado na outra rua:
- Corre no canto maluca! Senão te atropelam. Pensa que é invisivel?
Eu sorri da minha preguiça em perder tempo a replicar, que ele nem tinha visto a rua fechada por cones lá no início, reservada especialmente para meu sonho de invisível se realizar; eu me aquecia e a corrida logo iria começar.
Deixei pra lá, ele não tem olhos tão grandes quanto os de Deus.


Texto: Alias

Publicado no Recanto das Letras em 12/09/2008
Código do texto: T1173749

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A bondade e a severidade de Deus

.
Um dos paradoxos com os quais nos deparamos na vida cristã é exatamente o vértice em que se cruzam duas características do caráter de Deus, aparentemente irreconciliáveis aos olhos humanos: a sua bondade e a sua severidade.

Desde os tempos de João, o batista, nos primórdios do Novo Pacto, quando Deus tomou a forma humana, e fez-se homem por amor aos homens, tem sido difícil conciliar o amor incondicional de Deus e sua capacidade de indignar-se contra as injúrias permanentes com as quais o homem natural tem agredido o céu. Ali, no deserto da Judéia, João Batista pregava o arrependimento e o batismo, e as multidões vinham a ele, muitas vezes, sem a genuína conversão, mas absolutamente convencidas de que essa era a única possibilidade de escapar da ira vindoura.

De lá para cá, os séculos tombaram nas esquinas do tempo, muita luz foi derramada sobre a natureza do amor divino, mas nós na qualidade de cristãos, somos acometidos igualmente por essa mesma linha fácil de pensamento, entendendo que, ao fazermos uma opção preferencial por Deus, colocamo-nos debaixo da sua proteção e somos, por inferência, resguardados do poder da sua ira. Não importam as escolhas pessoais que venhamos a fazer e nem mesmo as armadilhas que a vida possa nos oferecer. Teologias de vanguarda não faltam para nos equivocar prometendo prosperidade, alegria e felicidade, isentando-nos de todo sofrimento, fazendo-nos esquecidos de que " o juízo de Deus começa pala casa de Deus" e que, cada um de nós, responderá por seus atos diante do Criador, ou nesta vida ou na vindoura.

Vez ou outra deparamo-nos com esse juízo e experimentamos a severidade do seu amor colocando no prumo nossas opções e decisões pessoais e, quando isso acontece, somos consolados pela lembrança de que "assim como o pai corrige o filho a quem ama, nosso pai também nos corrige" e mesmo que doloridos, machucados, humilhados, recebemos a reprimenda não como um castigo, mas como uma correção necessária, pela qual temos oportunidade de avaliar nosso nível de submissão em relação aos atos soberanos de Deus.

Essa consciência de submissão filial é parte do aprendizado pelo qual todo cristão maduro deve passar sem murmurar ou questionar.

À luz dos "holofotes do céu" devemos contemplar o Deus de Israel interferindo nas nações e escolhendo vidas especialmente separadas para revelar o seu poder. E o que nos torna atônitos, não são os feitos de Deus, mas os motivos pelos quais Ele estaria enveredando por escolhas tão desatinadas, vergando espécies de dura cerviz, tocando territórios tão íntimos, devassando tesouros sagrados, pisando terra tão apaixonada. Aqui e ali, Deus escolhe e separa pessoas que jamais escolheríamos, se a nós fosse dado tal poder. Quem já não se deparou com ex-bandidos, ex-assassinos, ex-adúlteros e ex-adúlteras, no uso de prerrogativas divinas, no exercício de dons que lhes foram concedidos no momento da sua conversão? Quem já não viu de perto a materialização do versículo "aonde abundou o pecado, superabundou a graça?" Todos nós! Nós vemos, vimos e continuaremos a ver que as escolhas de Deus se baseiam em algo mais profundo do que os critérios éticos que abalizam as nossas escolhas pessoais.

Os atos de Deus existem de maneira intrínseca e ainda que nós desconheçamos os seus motivos, certamente, eles não necessitam dos nossa compreensão para existir.

Podemos estar diante da fronte submissa de um Paulo ou da dura cerviz de Faraó, isso não importa tanto. Importa é que a mensagem da cruz seja extraída dos despojos da alma e que Deus seja glorificado nesse despojar voluntário ou involuntário. A nós, seres perplexos, pequenos e humilhados por sua presença poderosa, resta interceder por salvação, clamar por iluminação e implorar que Deus tenha piedade de nós. Que ele use de misericórdia para com todos os homens, sejam eles pobres ou ricos, grandes ou pequenos, humildes ou poderosos, éticos ou não éticos, santos ou pecadores, conscientes ou inconcientes da servidão da terra em relação ao governo do céu. Porque ainda que a cruz não seja a mesma para cada um de nós, a mensagem da cruz será sempre possessão universal e eterna.

Em reconhecer esses atos, em contemplar esse reino, em propagar suas virtudes, em espalhar sua soberania, em anunciar seu poder, em difundir sua mensagem, em divulgar sua justiça, em reverenciar sua fidelidade, em aceitar sua severidade, eu quero percorrer, todos os dias, as avenidas martirizadas desse cristianismo milenar.


Texto: Ana Maria Ribas
Publicado no Recanto das Letras em 02/10/2007
Código do texto: T677761

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Deus de cada um...

Li recentemente o livro "O Deus de cada um", de Waldemar Falcão, onde há testemunhos de 09 pessoas que tiveram suas vidas transformadas pela experiência religiosa. Havia testemunho de um membro da Igreja Universal, de um Pai de santo, de uma Monja, de um Sheik, de um Líder do Santo Daime, enfim...

A palavra religião vem do Latim "Religare" que significa "Tornar a ligar" ou "Religar" o homem a Deus. Desde a entrada do pecado no mundo, lá no Jardim do Edém(segundo os relatos Bíblicos) quando Adão & Eva desobedeceram a ordem de Deus e perderam o direito de permanecerem no jardim, o ser humano precisa de meios para se achegar a Deus. No início da humanidade Deus sempre na viração do dia vinha ao Jardim do Edém, ter comunhão com Adão & Eva. Mas o pecado, a desobediência quebrou essa comunhão.

Durante muito tempo o ser humano precisou de um sacerdote para oferecer sacrifícios a Deus e ter acesso a comunhão com Ele. Isso acontecia por meio de rituais religiosos, onde se ofereciam sacrifícios específicos para acessar a presença de Deus.

Mas um dia o "véu se rasgou de alto a baixo", o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo, morreu na cruz do calvário para que eu, você e toda humanidade tivéssemos "livre acesso" a comunhão com Deus, sem a interferência de sacerdotes ou rituais religiosos. Hoje só é preciso um "coração quebrantado e contrito" que humildemente busque a Deus, para rapidamente encontrá-lo, pois, Deus não despreza um coração assim.

Dizem por aí que "todos os caminhos levam a Deus", mas isso só será verdade no dia do "juízo final" quando homens de todas as tribos, línguas e nações, estarão diante do Tribunal de Deus, com joelhos dobrados, confessando que "Jesus Cristo é o Senhor", e prestando contas de tudo que fizeram aqui na terra.

E esteja consciente, neste "grande dia", de nada valerá a sua religião, os rituais que você cumpriu. O que valerá mesmo é o nível de comunhão que você desenvolveu com Deus durante toda sua vida. Se você creu, verdadeiramente, que Jesus Cristo é o filho de Deus e obedeceu seus mandamentos (registrados no Novo Testamento - na Bíblia). Não adianta ser um religioso exemplar, se você não vive verdadeiramente uma vida de obediência a Palavra de Deus. Tem pessoas que conseguem obedecer com fielmente as regras da sua religião, mas não conseguem obedecer com fidelidade a Bíblia, a palavra de Deus, os mandamentos de Jesus. Essa atitude é como andar na contra-mão.

No juízo final, todos os caminhos levarão a Deus, mas hoje só há UM CAMINHO que você pode chegar a Deus:

"Dise-lhe Jesus: EU SOU O CAMINHO, a verdade e a vida. Ninguém vem ao PAI a não ser por mim." (João 14:6)


Texto: Andreé Veríssimo

Publicado no dia 30/07/08
no blog: http://metanoia.spaceblog.com.br

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Quando se espera em Deus



Existe uma música que gosto muito, "40" do U2 (minha banda preferida - Bono Vox & cia.), "I waited patiently for the lord/ he inclined and heard mey cry/ He brought me up out the pit/ out of the miry clay...", baseada no Salmos 40,
quando Davi fala sobre "esperar com paciência" pela resposta de Deus.

A grande realidade é que "esperar com paciência", conforme o Salmos 40, é um desafio e uma tarefa árdua, principalmente, para quem luta contra a ansiedade.

Muitas pessoas enganam-se, pensando que "esperar com paciência", significa uma espera sem conflitos, mas isso nem sempre é assim, pois "esperar" gera conflitos, medos e incertezas no coração, quando não estamos confiando plenamente em Deus. Às vezes duvidamos da fidelidade de Deus e a ansiedade é uma das provas disso. Então, queremos dar uma "ajudinha" a Deus, na tarefa de nos responder uma oração, em cumprir uma promessa, e por aí vai!

Muitos estão desanimados, enfraquecidos em suas vidas porque não conseguiram suportar os conflitos e o "tempo de espera". Muitos não aprenderam a conviver com e/ou superar os conflitos e precisam ainda aprender a "esperar com apciência" (Isso significa "esperar confiantemente").

Quando não se tem certeza da vontade de Deus, vive-se em conflitos e em dificuldades de esperar: "Será que é da vontade de DEus ou não?", "Quando será que Deus me responderá?", "E se Ele não responder o que devo fazer?", " E se Ele demorar a me atender, será que vou aguentar esperar?", "O que penso ser vontade de DEus é realmente a vontade Dele ou eu maquiei o meu desejo para que se parecesse com a vontade de Deus?".

Estou aprendendo que o "tempo de espera" é uam rica oportunidade de se conhecer melhor a Deus e descobrir sua vontade. É uma ótima oportunidade que tenho de provar que verdadeiramente confio em Deus. Quando você vive o "tempo de espera" tens a oprtunidade de aprender como eus está agindo,, experimentas a fidelidade de Deus e esse proceso te aproxima mais de Deus, fortalece sua fé e gera em você maturidade espiritual. O "tempo de espera" é um estágio essencial para todo aquele que deseja conhecer melhor a Deus, pois Ele vai se revelando, manifestando sua vontade, orientando o melhor caminho a seguir, fortalecendo nosso coração quando pensamos em desanimar e desistir...conduz-nos a experimentar o melhor que Ele reservou para nós.

Não é fácil "esperar com paciência", porém não é impossível. Os conflitos surgem, mas temos que vê-los como prtunidades de conhecermos melhor a Deus.

O essencial no "tempo de espera" não é apenas "esperar com paciência", mas esperar com confiança; seja qual for a resposta, temos que ter a certeza que essa "resposta" é o melhor de Deus para nós.

É assim que estou esperando uma "importante resposta" de Deus!
Um grande abraço...



Texto: Andreé Veríssimo
http://metanoia.spaceblog.com.br

domingo, 23 de novembro de 2008

Qual seu tipo de Madeira?

Senhor,
Ontem eu tive o privilegio de ouvir sua palavra, e ela tocou fundo no meu coração.

Pai,
Assim como o pregador, não entendo muito de árvores e madeiras, mas sei que existem várias como o pinheiro, o cedro e o carvalho.
Não sei qual delas poderia se comparar a mim.

Muitas vezes me vejo só como um graveto.
Fraca, frágil e sem muita utilidade.
Outras vezes, me vejo como um carvão, consumida pelo fogo das lutas.
Mas, o Senhor disse ontem:
“não importa de que madeira eu seja feita, nem o quanto dessa madeira já tenha sido queimada, que o Senhor faria uma obra de arte do que sobrou”.

Senhor, quem me lê
Não pôde ter o prazer de ouvir a sua voz
Então,
Eu te peço
Faça, Senhor,
uma obra maravilhosa em todos que lerem essa oração.

Transforme essas vidas, abençoe, multiplique a fé.
Restaure. Fortaleça.

Pois eu creio que,
em tuas mãos,
até as cinzas se tornam em esculturas valiosas.

Amém

Texto: Etelvina de Oliveira

Publicado no Recanto das Letras em 22/11/08
Código do texto: T1297846

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A igreja dos sonhos de Deus.

Quando o apóstolo João estava exilado na ilha de Patmos, por volta do final do primeiro século, a igreja já enfrentava dificuldades para se manter distante da influência do sistema religioso mundial. Por isso, já velho e no final da carreira, o Senhor lhe concede uma visão e de posse dessa visão, ele então, faz um apelo aos vencedores, para que vencessem a situação degradada do cristianismo de todas as eras.

O que João viu não era novo e nem velho. Apesar de suas palavras serem consideradas profecias, sabemos por revelação do Senhor que as igrejas ali representadas são um tipo das igrejas de todas as eras. Contudo, naquela ocasião, ainda se guardava a unidade da fé e todos os irmãos de uma determinada localidade formavam um único corpo cuja expressão era local em âmbito universal.

Isso é facilmente comprovado nas cartas que ele endereçou às igrejas da Ásia: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Para cada igreja corresponde uma cidade e esse é o padrão estabelecido pelo Senhor. Sempre que Paulo mencionava a palavra “ igreja” ele se referia a uma igreja local e sempre que ele mencionava a palavra “ igrejas” ele se referia a várias igrejas locais, em várias cidades, em uma mesma região. Por exemplo: Paulo escreveu às igrejas da Galácia. Galácia era uma província e não uma cidade. Por isso Paulo usou a palavra “ igrejas” no plural. Mas quando escrevia a uma igreja em uma cidade, Paulo usava a expressão no singular porque havia apenas uma igreja em cada cidade. Foi assim com a igreja em Corinto, com a Igreja em Roma, com a igreja em Filipos.

Em se tratando da igreja temos que discernir o aspecto universal e o aspecto local: a igreja universal é composta por todos os santos de todas as épocas e é real mas invisível. A igreja local é composta por todos os santos de uma mesma cidade. Ela tem por base uma localidade e é exatamente do tamanho de uma localidade, tendo um aspecto físico e um limite físico. Nela os santos podem ir e apresentar seus problemas, serem edificados conjuntamente, instruídos, consolados pela fé mútua e pelo funcionar de todos os membros.

O funcionar de todos os membros é condição para a edificação da igreja e tem sido um aspecto grandemente negligenciado dentro do cristianismo organizado. O desejo inicial do coração de Deus, manifestado na Velha Aliança, era que cada israelita lhe fosse um sacerdote. Por causa do episódio do bezerro de ouro, relatado em Êxodo 32, o Senhor determinou que apenas a tribo de Levi fosse separada para o serviço sacerdotal. Por esse motivo as demais tribos se tornaram inadequadas para exercerem a realeza e o sacerdócio. Mas a Nova Aliança traz-nos de volta ao princípio, conforme está escrito em 1 Pedro 2:9 : “ Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.”

Jamais foi desejo do coração de Deus que algumas pessoas lhe sejam sacerdotes enquanto outras se ocupem dos assuntos mundanos. Jamais foi desejo do coração de Deus estabelecer uma classe intermediária de irmãos que se ocupem das coisas santas, enquanto os demais se ocupam das coisas profanas. Jamais será desejo do coração de Deus fortalecer o sistema de nicolaísmo pelo qual uma hierarquia toma para si cargos e funções desprovidas de realidade espiritual. Não obstante, hoje, a sublime missão de expressar o Senhor fica restringida a alguns poucos privilegiados que o cristianismo organizado separa e comissiona em postos e funções.

Dentro desse conceito, nas reuniões dos santos, apenas esses podem funcionar enquanto os demais compartilham a mudez dos ídolos. Não há partilha, não há desfrute, não há comunhão. Nesse sentido, as reuniões dos santos tomam para si a maldição que está registrada no Salmo 115: “ Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Tem boca mas não falam, tem olhos mas não vêem, tem nariz mas não cheiram, tem mãos mas não apalpam, tem pés mas não andam. Tornem-se semelhantes a eles os que o fazem e os que nele confiam.”

Nosso Deus é um Deus vivo que fala, que vê, que cheira, que toca, que anda. Por que razão, nós, que temos o habitar interior do Espírito seríamos semelhantes aos deuses que não falam, que não vêem, que não cheiram, que não tocam, que não andam? Se confiamos no Deus Vivo precisamos expressar o Deus vivo. E nessa expressão temos então o modelo que Paulo estabeleceu para os crentes de Corinto:

“Quando vos reunis cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” "Cada um" e não apenas um ou dois.

Essa é a igreja dos sonhos de Deus.


Texto: Ana Maria Ribas Bernardelli

Publicado no Recanto das Letras em 15/08/2008
Código do texto: T1130081

Oração a si mesmo...

Você faz uma prece ao levantar ou ao se deitar? Já fez uma prece a si mesmo?
Olha só:
que eu me permita olhar, escutar e sonhar mais..
Falar menos.
Chorar menos.
Ver nos olhos de quem me vê a admiração que eles me têm e não a inveja que penso que têm.
Permitir sempre escutar aquilo que eu não tenho me permitido escutar.

Que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
aqueles que morrem e ressuscitam:
a cada novo fruto,
a cada nova flor,
a cada novo dia.

Que eu saiba reproduzir na alma a imagem que entra pelos meus olhos fazendo-me parte suprema da natureza, criando-me e recriando-me a cada instante.

Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.

Que meu choro não seja em vão, que em vão não sejam minhas dúvidas.

Que eu não tenha medo de nada,principalmente dos meus medos.
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu possa amar e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado, fazer gentilezas quando recebo carinhos; fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
E... Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.

Amém.


Texto: Oswaldo Antônio Begiato
(mensagem lida pela apresentadora Ana Maria Braga, no programa Mais Você)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O que é a Morte para você?

Confesso a vocês: Os textos que têm tudo de Deus e pouco de mim, sabe-se que são mais de Deus do que meus. Mas também não me sinto à vontade, apenas revelando Deus em mim: porque os que querem apenas Deus, não virão até à minha escrivaninha. Irão até o pastor, até o rabino, até o padre, até a natureza, até dentro de si, e ali encontrão Deus. Portanto, meus textos hão que ter medida. Hão que ter proporção. Hão que ter convergências, onde o meu leitor possa identificar: aqui está Ana, aqui está Deus, aqui estão os dois juntos. E aqui estamos nós.

Ontem, o sentimento de não ter feito o dever de casa, ficou revirando dentro de mim, até que, cansada de ser revirada, tomei a decisão de escrever sobre o significado da morte para o cristão. Quero apresentar esse tema a vocês, sem ignorar o apelo, sem fingir, como fingi até agora: “ não, isso não é comigo.”

É comigo porque a comissão é divina. E se tenho que falar sobre a morte, melhor falar enquanto ainda estou com vida, do que partir devendo a explicação. Uma explicação apenas espiritual, baseada na Bíblia, e na observação pessoal sobre os dois lados de uma mesma moeda, com a qual todos nós efetuamos transação: a vida e a morte.

Não dá para varrer e esconder embaixo do tapete os sentimentos que estão aflorados dentro de alguns de nós. Vidas tão jovens estão cruzando a linha de fronteira da morte. Esta semana, eu vi, como alguns de minha cidade também viram, mas creio ter visto mais, do que todos aqueles que viram.

Exatamente por ter visto tanto, Deus encarregou-me de compartilhar com vocês: os de perto e os de longe, todos por quem os sinos dobram também. Quero compartilhar enquanto ainda está fresco, enquanto a memória recente permanece preservada. Tenho, pois, o encargo de compartilhar o que vi.

Eu vi: A paz na imobilidade da pedra. Essa imensa paz falou da eternidade com tamanha força que hoje sou a porção mais expletiva, aquela que serve para preencher e completar o que faltou dizer. Sendo que não faltou nada. Em pura serenidade, ele nos disse tudo.

Apenas imóvel, apenas dormindo, apenas sonhando, apenas obtendo a restituição que pediu a Deus, apenas sendo frágil, apenas desprezando a força, apenas querendo colo de mãe, apenas pedindo a última morada, apenas suplicando o teto em dia de chuva, apenas desejando a cama em dia de frio, apenas dizendo: “eis o berço” afinal, – ele nos disse tudo.

Eis o berço onde o guerreiro triste repousa das guerras que não declarou, das batalhas que não deflagrou, da miséria que não decretou, das angústias que apenas viveu, do mundo que não lhe fez juz. Eis o berço, onde tudo parece ganhar um sentido novo. Um sentido novo, que afronta o sentido velho. O velho acordar, o velho andar, o velho acumular, o velho entesourar, o velho aprender, o velho ensinar: tudo velho.

Desse tudo velho, que a nós, os vivos, parece tão novo, a cada dia, e pelo qual nos gastamos tanto: O trabalho, que nos pede a máxima pontualidade; a vida acadêmica, que nos exige o máximo saber; o amor, que não exige nada, mas nos impele a tudo; a política, que só nos basta sofrer - nem precisamos fazer; os bens de consumo, que consumimos tanto, até que eles nos consumam à exaustão de toda uma vida.

Então, cabelos brancos, olhos embaçados, mãos trêmulas, passos indecisos, só então dizemos: “é isso a vida?”

Não é isso a vida. Vida é um estágio e não, apenas, um estado. Um estágio que requer de nós bem mais do que a mera concentração de esforço humano para manter o processo bio-químico em funcionamento. A verdadeira vida é da mesma qualidade de vida inerente a Jesus, a vida eterna, a vida que guarda dentro de si mesmo - a própria origem da vida.

Jesus é Deus. “ No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e Verbo era Deus.”João 1:1

Ele estava ou Ele era? Ele era e Ele estava! Eis aí um mistério! Ele era um, fez-se dois e, na formação do homem, finalmente, três: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.”(Gn 1:26).

O Pai planejou, o Filho executou e o Espírito substantifica e torna realidade para nós as coisas espirituais.

Não por coincidência, mas por realidade, o universo inteiro é formado por átomos e os átomos são compostos de prótons, neutrons, e elétrons. Três fazem Um e esse que é Um faz movimentar o universo inteiro, que é formado pelos Três. Eita Deus! (Obrigada meu Deus, por essa revelação tão simples, tão pura e tão cristalina!)

E o que é então a morte? A morte é a libertação do susto, da perplexidade, da impotência, do medo, do mal, das manchetes hodiernas de cada dia: essas, no pós morte, não nos atingem mais.

Mas a vida é depositar, finalmente, todas as dores, todas as angústias, todas as perplexidades, todos os temores, nas mãos daquEle que venceu a morte por nós. Isso é a vida.

A morte, para o cristão, é o que está descrito em Isaias 57:1-2 “ Perece o justo e não há quem considere isso em seu coração que os homens compassivos são retirados, antes que venha o dia do mal? Entrarão em paz, descansarão nas suas camas os que houverem andado na sua retidão.”

Morte é um estado de paz, um sono, um descanso, uma ausência de sofrimento, um não mais saber notícias do caldeirão do inferno, um não mais ser alcançado por quaisquer enviados das trevas, que tentem fazer de nós, o tema da última reportagem.

Sinto dizer-lhes, a vocês, que se gastam tanto em busca do sucesso, do trabalho, da projeção social, da ascenção econômica, do vil metal, sinto dizer-lhes que todos morrerão com falta ou excesso de sucesso, de trabalho, de projeção social e de ascenção econômica. Morrerão impregnados de reais, de dólares, de euros, e morrerão até que pelo nariz lhes escape os vermes.

A terra tem sido injuriada pela inversão de valores, pelo descaso com o planeta, pela pompa e circunstância dos humanos. A terra é simples. Ela quer apenas a companhia do sol. Mas, por vezes, parece-me que alguns humanos, têem a pretensão de querer ser mais do que verdadeiramente somos, e a a terra não nos perdoará por isso. Ela não perdoará a intromissão humana no seu projeto perfeito, elaborado pelo grande Arquiteto do Universo. Ela nos comerá a todos – nhoc, nhoc, nhoc- e para isso tem sido ajudada pelos vermes. Os vermes e a terra são irmãos que se unem contra o inimigo comum. O mesmo inimigo que, lá no Jardim do Éden, invadiu a nossa vida, e nos fez pensar de nós mesmos mais do que convém.

O homem é o grande predador da terra. Sua ausência faria um bem extraodinário ao Planeta emporcalhado pela imundície dos homens. Um exílio involuntário, por alguns milhões de anos, seria muitíssimo bem recebido pela bicharada nativa – que chegou primeiro, diga-se de passagem.

Contra a terra, estão todos aqueles que alimentam-se da árvore do conhecimento do bem e do mal, e dela fazem o combustível de suas vidas. Esta é a era do conhecimento. Nunca se acumulou tanto conhecimento, como, também, nunca se chegou tão perto de colocarmos em risco a existência da vida biológica no planeta. Com tanto conhecimento.

Mas a terra, embora seja a nossa casa, o nosso ninho, o planeta que ocupa um lugarzinho no Sistema Solar, que por sua vez está abrigado, não no centro, mas na periferia da Via Láctea, - a terra - ainda não é o alvo: o alvo é o homem.

Está chovendo em nossa cidade: chove na terra. Que diferença isso fará? Que diferença fará saber que choveu? Que diferença fará, assistir a vitória do próximo(a) prefeito(a)? Que diferença fará, se houver uma recessão econômica em âmbito mundial? Se houver dinheiro, e não houver alimento? Se o efeito estufa, estufar a terra? Que diferença isso fará?

Tudo bem, você quer que eu mencione o oposto, o lado bom da vida. Pois aceito o desafio. Farei isso também: que diferença fará, se as estações produzirem o verão no verão, e o inverno no inverno? E entre elas, o outono, seguido da primavera? Que diferença fará, se as bouganvileas florirem todas? Se não houver mais pobres na terra? Se o Brasil ganhar todas as copas do mundo? Se a próxima rodada Dhoa chegar a um consenso que não nos doa no bolso? Que diferença isso fará?

Morreremos todos. Ao fim do ciclo, tombaremos: um após o outro. E outras chuvas virão, outras estações suceder-se-ão, outras guerras e outras pazes serão estabelecidas, outros homens nascerão, com uma porção de maldade intrínseca, e igualmente, morrerão.

Para os mortos, não faz nenhuma diferença os fatos naturais ou sobrenaturais da terra. E para nós, - que somos os mortos em outra forma, - que diferença isso fará daqui a 50, 70, ou 100 anos?
Diante da eternidade, apenas uma coisa pode fazer diferença: sermos filhos de Deus, pela preciosa redenção efetuada por Jesus Cristo, e recebida por nós como presente do céu. Pura graça! Para isso, é necessário um transporte de reino: o homem precisa sair da esfera de Adão, e entrar na esfera de Cristo. De que maneira isso se faz? A fórmula bíblica é: Crer com o coração e declarar com a boca. Crer e dizer: “Eu recebo Jesus Cristo como meu único e suficiente Salvador! ( Romanos 10: 8-10).

Fomos programados por Deus para sermos seus filhos, - em Cristo,- e na qualidade de filhos, nem a morte e nem a vida deveria nos amedrontar. Nossa luz está acima e além, como cidade edificada sobre o monte. Nada nos atingiria se compreendêssemos, enfim, a posição que nos está garantida, por herança, nas regiões celestiais.( Efésios 1)

A morte para nós é como o ferimento no calcanhar de Cristo: um sono, do qual acordaremos sem maiores danos. ( Gn. 3:15). Mas, para aqueles que não pertencem a Cristo, a morte será como o ferimento na cabeça da serpente: morte eterna que não é morte mas um queimar eterno no lago de fogo. (Apocalipse 20: 11-15).

Embora essa verdade seja objetiva e segura, poucos atingiram a revelação interior, capaz de revolucionar toda a existência humana. Tentamos, mas não conseguimos atingir esse estágio; não conseguimos elaborar o fato maravilhoso que Paulo descreveu em 1 Coríntios 2:9: “ as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.”

Não obtendo a substantificação dos fatos espirituais, sofremos. E por sofrer, choramos. E por chorar, comovemos o coração de Deus. E finalmente, Deus, comovido ao extremo com um sofrimento extremamente desnecessário, intervém e diz : Vem! Vem para o mundo dos irremediavelmente vivos e tome posse, por antecipação, da herança eterna que vos está preparada, desde antes da fundação do mundo.

A morte é um castigo, a morte é o último inimigo a ser vencido, mas para os filhos, Deus concedeu o penhor do Espírito que se contrapõe à morte. Com o nosso penhor, a morte não nos toca.

Há serenidade e paz naqueles que dormem em Cristo. A paz que eu vi estampada na face imóvel e serena, que ardia em vida. A paz que já não me deixa distinguir se: mortos somos nós - os vivos, - ou se vivos, são os que morrem em Cristo, antes de nós.

Texto: Ana Maria Ribas Bernardelli
Publicado no Recanto das Letras em 02/10/2008
Código do texto: T1207208

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Enquanto houver amanhã.

Estou conseguindo atravessar a tríade dia das bruxas, dia de todos os santos e dia de finados. Eu sempre consigo, pela graça de Deus. Faço uma ponte sobre o abismo, e chego do outro lado, com a consciência mais iluminada pela súbita aparição de Deus. Deus sempre me aparece usando alguns de vocês para dar o ar da sua graça. Quando Ele quer me dar a graça inteira, Ele vem sozinho.

A cultura religiosa despersonaliza o homem quando institui um dia dedicado a todos os santos e quando pensa que santo é apenas aquele, ou aquela, que após ter algum milagre comprovado, recebe, enfim, a designação de santo.

Fico muito feliz em poder lhes dizer que não é isso o que a Bíblia diz. A Bíblia diz que santos somos todos aqueles que entregamos a nossa vida a Cristo e procuramos viver na linha do tempo, dentro dos padrões cristãos – ontem, hoje e amanhã, enquanto houver amanhã.

Esse “procurar viver” é um processo de canonização, em vida, e inclui algumas quedas e ascensões diárias. Quando se trata desse tipo de “canonização” a santificação não é um meio pelo qual se atinge o “status quo” , mas é um fim, no sentido etmológico de fim. Sermos mais semelhantes a Cristo em suas virtudes humanas, enquanto vivemos e nos movemos nesta terra, até o fim, exige uma ampla revisão do conceito de fim.

Há um fim em cada dia, há um fim em cada decisão, há um fim em cada ação ou reação, há um fim em cada mínimo gesto. Há que se entender e aceitar que a vida é feita de fim, e se existem meios para o fim, esses são sempre para a finalidade máxima - que naquele momento nos escapa. Que é sempre sutil. Que é simbólica.

Como todo simbolismo, o fim é um rito de passagem para um novo começo.

Mas quem são os santos, quem são esses que sem o saber, tomam decisões iluminadas de pôr um fim a tudo que precisa ser finado e pôr um começo a tudo o que precisa ser começado? Porque todo fim pressupõe um começo. Não há nesse mundo orbicular nenhuma sentença abismal de fim: “nada se perde, tudo se transforma.”

Santos, pois são esses que compreendem o momento de transformar o fim em um novo começo. O conceito de santo é mais amplo do que os manuais religiosos nos ensinam. Santo não é apenas aquele que alcança a aura das pessoas iluminadas e responde com enigmas ainda mais profundos aos nossos enigmas mais rasos. Santo não é apenas aquele que contempla o céu do alto de uma montanha, sem nenhuma preocupação com a fome que assola o mundo. Santo não é apenas aquele que se gasta em prol da humanidade, para matar essa mesma fome de pão ou de comunhão. Santo não é apenas aquele que já foi canonizado pela igreja católica e ocupa o seu equivalente arquitetônico nos altares.

Quando estive em Barcelona, visitei a Igreja da Sagrada Família, concebida pelo famoso arquiteto catalão Antonio Gaudí. Que foi aquilo, meu Deus! O homem, o santo Gaudi, conseguiu criar na terra a concepção mais pungente do seu céu. Aquela construção mágica, que se quer tocar para ter certeza de que existe, só pode ser substantificada por quem já teve uma mínima visão do sagrado. Quem não teve, não verá a Igreja da Sagrada Família e nem o santo Antonio Gaudí.

Santos são todos esses e mais esses: os puros de coração que estão -aqui e agora- no mundo, quebrando a cara, sem nunca desistir de querer celebrar a Deus com as suas construções verbais, emocionais e conceptuais.

A palavra “santificado” quer dizer separado e quem nos separa para ser santo é o próprio Deus. O conceito mais objetivo de santificação a ser entendido está nos rituais de sacrifício que eram exigidos do povo judeu no Velho Testamento.

Escolhia-se um cordeiro para ser imolado e o cordeiro era, então, separado dos seus iguais, no momento dessa escolha. Aquele que era separado, instantaneamente, tornava-se diferente. Depois de se tornar diferente, seu destino não era mais comum.

Ser conduzido ao altar para morrer é diferente de estar no pasto para viver. Concordam comigo?

Morto o cordeiro, era esfolado, esquartejado e queimado. O fogo que subia do seu corpo, fazia ascender um perfume agradável a Deus: um incenso suave.

Em que momento o cordeiro passara a ser santo? No momento em que fora separado dos outros cordeiros, no pasto. A partir dessa separação, cada passo em direção ao templo, tornava o cordeiro ainda mais santo. A santificação em trote lento, aproximava o animalzinho da morte. Mas ele ia, porque era-lhe dado ir.

Quando o cordeiro adentrava no átrio exterior do templo, a morte estava cara a cara com ele. E mesmo que desejasse fugir, não havia como fugir: morrer lhe era uma condição inexorável porque ele fôra separado.

Uma vez separado do rebanho, a sua vida não lhe pertencia mais. Seu destino era ser morto, esfolado esquartejado e queimado: uma parte alimentava as pessoas mais próximas, e outra parte subia como incenso suave a Deus.

Hoje o conceito de santificação ainda é o mesmo. Santo é aquele que é separado, que não segue a corrente do mundo. Mas isso ainda é pouco, se lhe exige mais. Santo é aquele que anda em direção contrária aos seus sentimentos.

Porque todo homem anseia por liberdade. Ser livre é a meta e a necessidade básica de cada um de nós. Mas a liberdade humana tropeça na cruz de Cristo. O Cristo que, desejando não morrer naquela cruz, ainda assim, deitou-se, estendeu os braços, e morreu. Conformou-se à vontade Maior.

Santos são esses – esses que cultivam a consciência da santidade máxima, adquirida na santificação mínima de cada dia. Mesmo que o conceito de santidade máxima ainda nos escape, perigosamente, pelo vão dos dedos. Nesse sentido, todos os homens são santos.

Nesse sentido, eu quero saudar a todos nós, no dia de todos os santos. No calendário cristão foi ontem, mas no meu calendário sempre será ontem, hoje e amanhã, enquanto houver amanhã.

*A imagem mostra a Igreja da Sagrada Família em Barcelona. Foto pesquisada no Google.



texto: Ana Maria Ribas

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O quê O agrada certamente te custa a busca e a dedicação

Quando estou doente, oro
Quando estou alegre, agradeço
Quando estou decepcionado pergunto a Ele
Quando estou extasiado é nEle que penso!

Ter fé é um estilo de vida que me veio no meio da dor e da agonia.... não me veio quando eu estava gordo e cheio de riquezas humanas.....
Alias, nesse período a minha prepotência era tão grande que mal cabia nas minhas calças....
Você que tem bens e se sente sem dor e tem fé, LOUVADO SEJA VC, pois eu a conquistei aprendendo a passar pelas tormentas junto com ELE ( DEUS TRINO ) e
hoje agradeço por ter aprendido e continuar a aprender.....
E no meio das minhas tormentas pensava em como ganhar Deus pro meu lado afim
de que ELE tornasse MATERIAL os meus desejos e descobri que:

Hebreus 11:6 – “Sem fé ninguém pode agradar a Deus, porque quem vai a ele precisa crer que ele existe e que recompensa os que procuram conhecê-lo melhor”

Dai me perguntava de onde vinha a fé?

Romanos 10:17 – “Portanto, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem vem por meio da pregação a respeito de Cristo.”

UAUUUUUUUUUUUUUUU bastava decorar a palavra..... EBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Pois é! Mas depois pude descobrir que vivê-la é que nos traz a verdadeira e COMPLETA FÈ!

Tiago 1. 21 – “Portanto, deixem todo costume imoral e toda má conduta.
Aceitem com humildade a mensagem que Deus planta
no coração de vocês, a qual pode salvá-los.
22 Não se enganem; não sejam apenas ouvintes dessa mensagem, mas a ponham em prática.
23 Porque aquele que ouve a mensagem e não a põe em prática é como uma pessoa que olha no espelho e vê como é.”

E cá estamos... com as nossas dificuldades humanas, com as nossas lutas pra vencer as hipocrisias mais interiores, pra deixar de culpar o Pai quando as cosias vão mal, e depois que li “A CABANA”, fiquei tão deslocado , que passei a meditar na VIDA DA PALAVRA e a cada pequeno comentário sobre o outro, a cada vez que prefiro desonrar o outro eu me pego como um rélis homem na busca pelo sangue do cordeiro.

Bendito seja o Pai de todas as misericórdias que apesar das nossas fraquezas esta aqui sempre nos olhando e nos acalentando com a sua palavra e com os seus Anjos humanos e celestes que nos são apresentados afim de nos por de pé e na luta!
Que esta singela oração toque nos corações cansados e oprimidos lhes dizendo:
AQUI TEM UM QUE APESAR DOS PESARES ESTÀ ASSIM COMO VOCÊ
E QUE SOFRFE POR VOCÊ IRMÂO!
Quem dera pudesse eu ter muito mais compaixão e muito mais carinho, mas assim como você, eu também estou na luta

Pai te peço CHUVA DE BENÇÂOS SOBRE ESTE que me lê e que possas estar falando a esse coração e se precisares que eu faça algo por esta vida preciosa,
EIS ME AQUI!


AMÉM

Texto: Franco Catena